sábado, 6 de dezembro de 2014

E o futuro?






               Nós, estudantes de Geologia da UFS, passamos boa parte da nossa graduação ouvindo dos veteranos o quanto somos privilegiados, que no tempo deles não era assim, e que temos realmente muita sorte de não ter pegado matéria X com professor Y.
                Quando conversamos com alunos de outras universidades, somos nós que assumimos essa postura de o-do-meu-vizinho-é-sempre-melhor. “Nossa Mariazinha, que sensacional essa sua disciplina”; “Ah como eu queria ter feito essa saída de campo”; “Mas a sua escola tem nome, hein?; “Lá não é bem assim não...”. E tudo isso vem temperado com bastante sotaque sergipano (ou baiano, tá).
                O nosso curso tem deficiências, é verdade, mas como não tê-las com apenas sete anos de existência? De fato, alguns dos nossos colegas já formados não têm emprego. Mas olha, outros já chegaram lá (ou quase). Onde é lá? Lá é a glória, o sucesso, as viagens, o mundão? Lá é aquele valor fixo no fim do mês? Lá é descoberta científica arrebatadora?  Cada um com seu lá. Será que eu chego?
                Se por um lado a iminência da formatura traz uma imensa sensação de alívio e de vitória, do outro tem aquele diabinho chamado “E agora?”, não é mesmo? E agora o que eu faço com esse diploma? Mas e agora, será que estou preparado para o mercado de trabalho? E agora, será que eu entro naquela empresa?

                Não creio que exista uma fórmula mágica para afastar essa tal de insegurança, mas acho que dá para – devagarzinho – driblá-la. Um hábitos novo de leitura ali, uma inscrição num mini-curso acolá, um abraço naquela oportunidade que surgiu na sua caixa de email e a gente vai seguindo. O que não dá certo é se acomodar e esperar que o conhecimento entre sozinho na sua cabeça, ou quem sabe uma ligação-convite-surpresa pra uma saída de campo no Havaí.


Texto: Marcela Aragão

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